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Por que a imprensa não deve divulgar suicídios?


Brasil Net

A reprodução em massa de casos de suicídios pode causar o conhecido ‘Efeito Werther’

Foto: Ilustrativa
O suicídio é um problema de saúde pública e deve ser abordado com extrema responsabilidade

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O suicídio é um problema de saúde pública que ceifa mais de 700 mil vidas por ano, conforme a Organização Mundial de Saúde.
Algumas entidades como o Centro de Valorização da Vida defendem que o tema deve ser abordado com extrema responsabilidade por veículos de comunicação a partir das diretrizes do Manual para Profissionais da Mídia, da Organização Mundial da Saúde.
Manuais de redação de grandes empresas jornalísticas proíbem que seja dada visibilidade à casos de suicídio. Este é um acordo extra-oficial de veículos de imprensa que determina a não divulgação de atos suicidas em noticiários.
Conforme o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, o determinado é que não se divulgue informações de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos.
Diversos estudos alertam que dar visibilidade para os casos de suicídio podem influenciar outras pessoas a fazer o mesmo.
As pesquisas indicam que em algumas situações pode ocorrer o chamado efeito “copycat”, ou seja, de imitação da prática, fazendo com que vários episódios semelhantes ocorram por causa da divulgação.
Um dos casos mais memoráveis da história é o chamado ‘Efeito Werther’, que ocorreu na Europa em meados de 1700, quando o escritor Johann Wolfgang Goethe desenvolveu o enredo: ‘Os sofrimentos do Jovem Werther’, história mórbida que segue a vida de um jovem apaixonado por uma mulher que irá se casar com outra pessoa e por isso comete suicídio.
A obra que poderia ser apenas mais uma em meio a tantas outras gerou um grande problema, suicídios em massa ocorrendo por todo o continente da exata maneira que o personagem comete na saga.
Um caso mais recente foi a série americana ‘Os 13 porquês’ baseado em um livro, que seguia a história de uma jovem americana que antes de tirar a própria vida, deixou 13 fitas cassete onde cada uma era um motivo que pessoas próximas a ela teriam dado para ela cometer o ato.
A série foi duramente criticada e acusada de romantizar o suicídio e a automutilação da personagem que foi explicitamente mostrado.
A responsabilidade de qualquer veículo de comunicação durante um momento delicado como este é grande e não deveria envolver o almejo por cliques ou visualizações e sim o cuidado com a saúde pública de toda a população que o canal envolve.
Caso você conheça alguém que está dando indícios que cometerá suicídio ou se automutilará, ouça a pessoa e a oriente a buscar ajudar psicológica.
O Sistema Único de Saúde disponibiliza atendimento para pessoas em sofrimento psíquico por meio dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial.
Canais como o 188 do Centro de Valorização da Vida realizam apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias.

 

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Fonte: Redação Cornélio Notícias, com informações do Correio do Povo
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