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Morre Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo


ZAAZ - NOVA CAMPANHA - 02

A informação foi confirmada pelo Instituto Terra

Foto: Divulgação
O mineiro Sebastião Salgado, 81 anos, premiado fotógrafo

Sebastião Salgado morreu hoje, aos 81 anos, em Paris, na França. A causa não foi divulgada. Ele foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, Lélia Deluiz Wanick Salgado, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade.

Ele morava com a mulher, Lélia Salgado e o Filho Rodrigo, em um apartamento em Paris, perto da Praça da Bastilha. O estúdio dele na cidade guarda um acervo com mais de 500 mil imagens.

Mineiro, era o único homem e o sexto, entre nove irmãs. Formado em Economia em Vitória, no Espírito Santo e pós-graduado na Universidade de São Paulo, trabalhou no Ministério da Economia em 1968.

Durante a ditadura militar, foi obrigado a exilar-se, indo morar em Paris (1969). Na capital francesa, ele fez doutorado em Economia, em 1971. No mesmo ano, começou a trabalhar na Organização Internacional do Café, como consultor no controle de plantações na África.

Foi estudando os cafezais africanos que descobriu as possibilidades da fotografia: “melhor meio de retratar a realidade econômica do que textos e estatísticas”.

Retornando a Paris, em 1973, iniciou a vida como fotojornalista. Suas primeiras reportagens foram sobre a seca na região africana de Sahel (faixa ao sul do Saara) de Níger e trabalhadores imigrantes na Europa.

Em 1979, tornou-se membro da Magnum Photos, uma cooperativa de fotógrafos. Iniciou então a comovente série de fotografias documentais sobre camponeses na América Latina. O trabalho, que durou sete anos, resultou no livro "Autres ameriques" (1986).

Em 1986, trabalhando para a Organização Humanitária Médicos Sem Fronteiras, fotografou, durante 15 meses, os refugiados da seca e o trabalho dos médicos e enfermeiros voluntários na região africana de Sahel da Etiópia, Sudão, Chade e Mali, o que resultou no livro "Sahel : l'homme en detresse".

A série "Workers", sobre trabalhadores em escala mundial, realizada de 1987 a 1992, correu o mundo em exposição.

Considerado um dos melhores fotógrafos do mundo, o trabalho de Salgado inovou ao retratar indivíduos vivendo em circunstâncias desiguais e injustas, em situações de guerras e miséria.

Quase sempre em preto e branco, apresentou imagens em série, em vez de individualmente, se recusando a separar o sujeito do contexto.

“O preto e branco me permite concentrar na personalidade das pessoas, na dignidade, então eu transformo a realidade em uma realidade mais forte ainda.”

 

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Fonte: *Redação CN, com informações do Portal UOL
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