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Justiça nega adiamento e mantém calendário de provas do ENEM


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A defensoria havia entrado com recurso pedindo adiamento do exame, mas Tribunal manteve decisão da Justiça de SP

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
TRF-3 mantém calendário de provas do ENEM para os próximos domingos

O TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) manteve a decisão da Justiça Federal de São Paulo e as provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) devem ser realizadas nas datas previstas — dias 17 e 24 (versão impressa) deste mês.

De acordo com o texto do desembargador Antonio Carlos Cedenho, o primeiro adiamento foi objeto de "debate político e acadêmico, mediante deliberação do Conselho Nacional de Educação, do Conselho Nacional de Secretários de Educação e do Comitê Operativo de Emergência do MEC, dos quais participam membros do corpo docente e secretários estaduais e municipais de educação."

No entendimento do TRF, a decisão foi tomada com a participação de setores diretamente interessados no ENEM, não uma decisão isolada do MEC (Ministério da Educação).

Ainda, segundo a decisão do Tribunal, "a suspensão do exame levará à desestabilização da educação básica e do ensino superior, em prejuízo das deliberações tomadas, do planejamento de realização da prova, dos programas de governo, de cunho assistencial e afirmativo (SISU, PROUNI, FIES e cotas sociais e raciais), e da vontade de parte significativa do corpo discente."

"Embora as infecções pelo novo coronavírus tenham se intensificado, devido, sobretudo, às festas de fim de ano, a observância das normas sanitárias minimiza o risco durante a prova."

O TRF compara o exame às eleições para prefeitos e vereadores, "sintetiza um interesse público de difícil postergação, que condiciona o acesso ao ensino superior num país historicamente marcado pelas dificuldades de educação."

A DPU (Defensoria Pública da União) entrou com um recurso após a decisão da Justiça Federal de São Paulo negar o adiamento das provas. A DPU argumenta que não há como evitar a transmissão do coronavírus para estudantes e profissionais que vão trabalhar dos dias das provas.

No pedido, o defensor regional de direitos humanos, João Paulo Dorini, classificou as medidas de biossegurança do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) como insuficientes para a prevenção do novo coronavírus.

"Caso as escolas estivessem preparadas e estruturadas para receber estudantes, certamente as aulas presenciais teriam sido retomadas de algum modo como, aliás, aconteceu em inúmeros países. E nem se compare a situação do ENEM com as eleições, em razão do tempo que cada pessoa passará na sala de aula", diz um dos trechos do documento.

A Justiça Federal de São Paulo negou o adiamento das provas e manteve as datas do ENEM 2020. A juíza Marisa Cláudia Gonçalves Cucio acatou pedido da AGU (Advocacia Geral da União) de que nova alteração de datas causaria prejuízos financeiros e também prejudicaria a formação dos estudantes.

A magistrada afirmou, na decisão, que o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) oferece todas as medidas necessárias: "há informações suficientes sobre as medidas de biossegurança para a realização da edição 2020 do ENEM".

No entanto, no texto, ela destaca que em caso do aumento de casos de Covid, as autoridades sanitárias locais têm permissão para adiar o exame e caberá ao INEP providenciar novas datas.

O Amazonas foi o primeiro estado a pedir o adiamento das provas. Na noite de quarta-feira (13), a Justiça Federal suspendeu a realização das provas. A decisão liminar foi concedida pelo juiz federal José Ricardo de Sales.

Na decisão, a Justiça determina que as provas devem ficar suspensas enquanto durar o estado de calamidade pública decretado pelo poder executivo estadual.

O Amazonas tem 219.544 casos confirmados de Covid-19, com 5.879 óbitos, segundo dados do Ministério da Saúde.

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações do Portal R7 Notícias
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