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Preço das terras no Paraná cresceu cerca de 12% este ano, mas Norte Pioneiro tem queda


Brasil Net

Esse percentual foi influenciado pela variação do preço da soja

Foto: Ilustrativa
O levantamento foi feito em março/2020 pelo Deral (Departamento de Economia Rural)

Os preços das terras agricultáveis no Paraná cresceram, em média, 12% este ano em relação ao ano passado. Esse percentual foi influenciado pela variação do preço da soja, que é o principal preço de referência na comercialização das terras no Estado.

O levantamento foi feito em março/2020 pelo Deral (Departamento de Economia Rural), da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, e pode ser usado por muitos proprietários como parâmetro na declaração do Imposto Territorial Rural (ITR).

Pela primeira vez, o valor das terras levantado pelo Deral superou a marca de R$ 100 mil o hectare em área cultivável. Foi o caso de terras no município de Foz de Iguaçu, cujo valor médio atingiu R$ 101.500,00 o hectare. Já o menor valor foi verificado no município de Pontal do Paraná, região do Litoral, cujo valor foi R$ 16.900,00 o hectare, em função das restrições de plantio por questões ambientais.

A classificação de terras no Estado vai de I a VIII, de áreas planas e férteis até muito declivosas, rasas ou pedregosas, restringindo o uso na agricultura.

Além das terras agricultáveis, o levantamento aponta áreas para utilização silvipastoril, cujo valor varia de R$ 34.500 o hectare, em Campo Mourão, até R$ 9.200,00 em União da Vitória.

Para utilização de servidão florestal, os preços variam de R$ 11.600,00, em Campo Mourão, até R$ 2.300,00 em Coronel Domingos Soares.

O fato é que as terras paranaenses são muito disputadas e geralmente os negócios são fechados em sacas de soja. E isso se reflete no baixo volume de negociação nos agentes imobiliários. Geralmente quem está na atividade agrícola e pecuária é difícil sair. O modelo de negociação mais comum ocorre em áreas de pequenas propriedades, quando o produtor está cansado da atividade, quer sua aposentadoria e a vende para descansar. Ou então quando morre e os herdeiros não têm interesse na terra. Geralmente, nesses casos, acontece a anexação das pequenas propriedades pelas grandes propriedades.

Os preços das terras flutuam conforme os preços da soja, mas com certo amortecimento, alerta o técnico. Em regiões como o Noroeste, onde a pecuária é mais presente, a moeda de troca no valor das terras segue a evolução do preço do boi. Na Região Metropolitana de Curitiba e Litoral, onde a cultura dos hortifrúti é mais forte, é a valorização desses produtos no mercado que normalmente predomina nas negociações em torno do valor das terras.

Já no Norte Pioneiro, o valor das terras cai por fatores como estrutura viária com mais dificuldade de logística, falta de ferrovias e uma sequência de serras até chegar ao Porto. E ainda, longe da concentração de mercado consumidor, que são as agroindústrias de frango e suínos. A presença dessas agroindústrias e determinadas regiões do Estado valorizam o preço das terras, pela facilidade de comercialização dos grãos.

Outro aspecto levado em consideração na composição dos preços das terras é o potencial de cultivo. Nas áreas onde se faz a alternância do plantio de soja e trigo, que são culturas de verão e de inverno, como no Sul e Centro-Sul do Estado, as propriedades são menos valorizadas do que em regiões onde se consegue plantar até três safras de grãos consecutivas como a de verão, segunda safra e de inverno, cujo retorno econômico é possivelmente maior. 

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações da Agência Estadual de Notícias
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