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Insatisfeitos com novas regras do frete mínimo, caminhoneiros do Paraná se mobilizam


Brasil Net

Uma nova regra entrou em vigor no fim de semana e deixou categoria insatisfeita com cálculo de custos

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Na prática, para os caminhoneiros, a metodologia do cálculo da tabela do frete mínima não contempla o lucro

Os caminhoneiros do Paraná estão insatisfeitos com as novas regras para o cálculo do frete mínimo de transporte de cargas. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) determinou, que o cálculo do frete mínimo passe a considerar 11 categorias na metodologia. Para a categoria, as alterações calculam apenas o custo que o trabalhador tem nas estradas. Na região do Nordeste, caminhoneiros já escolheram pontos de parada para acelerar um encontro com o Governo Federal. No Paraná, as mobilizações se intensificaram na manhã de segunda-feira (22), mas sem pontos de paralisação.

O líder da categoria Wanderlei Alves, conhecido como Dedéco, disse em entrevista que os cálculos não levaram em consideração as últimas reivindicações da categoria. “Foi uma surpresa quando saiu à resolução, mas para mim porque eu já esperava isso. Eu não participei de nenhum encontro e já imaginei que essas audiências seriam apenas um circo porque já sabiam o que seria colocado. Nós que trabalhamos com cargas a granel e silo pressurizado levamos nosso estudo e tabela, mas nunca aceitaram esses números. Ali estava o custo e remuneração, o que não tem na tabela”, descreveu.

Na prática, para os caminhoneiros, a metodologia do cálculo da tabela do frete mínima não contempla o lucro. “Os valores têm apenas o custo. Para colocar uma tabela dessas, o Brasil primeiro precisa de uma reeducação de consciência. Nenhum embarcador e pouquíssimos empresários, donos de grandes transportadoras que repassam cargas para o autônomo, vão colocar um lucro para o caminhoneiro. Nessa tabela tem apenas o custo, somente o que o caminhoneiro gasta, não tem como trabalhar dessa forma”, detalhou.

Entre as categorias de cargas colocadas na metodologia para os diferentes cálculos dos pisos mínimos estão os transportes de graneis sólidos, líquidos, cargas frigorificadas, cargas conteinerizadas e transportes de cargas perigosas em diferentes modalidades, sólidas e líquidas.

A resolução também amplia os itens levados em consideração para o cálculo. Segundo a norma, o cálculo do piso mínimo de frete levará em consideração o tipo de carga; também serão aplicados dois coeficientes de custo: um envolvendo o custo de deslocamento (CCD) e, outro, de carga e descarga (CC) que levará em consideração o número de eixos carregados. A resolução determina ainda que será levada em consideração a distância percorrida pelo caminhoneiro.

Na quarta-feira (24), a categoria será recebida para uma agenda com o Governo Federal, em Brasília.

Para Dedeco, os movimentos grevistas dos caminhoneiros pode tomar corpo até o dia da reunião. “Os caminhoneiros estão na razão deles. Eu acho uma falta de responsabilidade de quem fez esse cálculo, da ANTT e da CNTA. Se tiver culpado para uma nova greve, eles é que serão. Eles estão querendo jogar no Governo, mas não é ele que resolve problema de classe. Deixar ao ponto de chegar aonde já chegou, é muita irresponsabilidade”, disse ele.

 

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações da Banda B
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