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Pesquisadores encontram fósseis de animais com mais de 40 milhões de anos, em bairro de Curitiba


Brasil Net

Tesouro arqueológico é pesquisado por especialistas do Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco desde 2013

Foto: RPC Curitiba
A prefeitura anunciou abertura de parque no local

Pesquisadores de universidades do Paraná, Rio Grande do Sul e Pernambuco encontraram fósseis de animais que podem ter vivido há mais de 40 milhões de anos, em um terreno na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), maior bairro do município.

Os fósseis foram encontrados em um terreno público que tem 16 hectares e se formaram no periodo chamado Eoceno. O primeiro fóssil descoberto foi um pedaço de dente, encontrado em 2013 por estudantes de geologia que faziam uma aula no local.

A descoberta despertou a curiosidade dos pesquisadores, que passaram a fazer mais expedições ao terreno e encontraram outros materiais. Segundo os especialistas, os fósseis encontrados no local levam a animais considerados "parentes distantes" de tatus, gambás e crocodilos.

"Aves que eram terrestres, corredoras, não voavam, e eram predadores muito ativos, provavelmente", afirma o paleontólogo Fernando Sedor, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sobre a origem dos fósseis.

Os trabalhos são conduzidos por estudiosos da Universidade Federal do Paraná (UFPR), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), de Cascavel.

Todo o material coletado no local é levado para preparação e identificação em laboratórios, de acordo com Luis Alberto Fernandes, coordenador do grupo de pesquisa da UFPR.

"Estamos arranhando a superfície. Tem muito material aqui que ainda não foi encontrado e talvez a gente encontre coisas de maior valor, novas espécies, novos grupos e em condições de preservação até maiores", afirma o especialista.

Segundo os pesquisadores, só existem três sítios geológicos do mesmo período, o Eoceno, no Brasil. Pela importância dos materiais encontrados, os especialistas pediram o tombamento do terreno.

A prefeitura informou que assinou um decreto determinando o tombamento e anunciou a construção de um parque no local.

"É um parque que preserva e mostra a nossa história, a mais antiga história. É uma ação inovadora e, considerando Curitiba, em que nós temos 44 parque municipais, este vai ser um parque diferente ", diz a secretária Municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias.

Segundo o município, as obras de construção do parque devem ser entregues até o fim de 2019. Os especialistas ressaltam a importância de preservar e explorar cientificamente o terreno.

"Este é um local importantíssimo para o conhecimento paleotológico e geológico da America do Sul, em um intervalo muito pouco documentado no resto do continente", destaca Fernandes.

 

 

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Fonte: *Redação Cornélio Notícias, com informações do G1/PR
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